André Martins, um Cule da cantera Leonina

on sexta-feira, 25 de março de 2011
Encontro-me a observar a selecção de sub21. A primeira conclusão que tiro é: que lufada de ar fresco.
Embora ainda com muito para afinar e corrigir, Rui Jorge devolveu aos sub21 (ao contrário de Oceano) a vontade de pressionar alto, de assumir o jogo. Só por isso já foi uma boa alteração na equipa técnica.
A 2ª boa nova são as caras novas, os “ilustres desconhecidos”, as oportunidades dadas a jogadores que andam “desaparecidos” por divisões secundárias. De repente a selecção de sub21 deixou de ter lugares cativos, deixaram de aparecer sempre os mesmos. É preciso brigar por um lugar, e os jovens sub21 que assistem pela tv sabem que se trabalharem muito e bem nas suas equipas podem acalentar a esperança de envergar as quinas ao peito.

Mas aquilo que realmente me fica na retina é a qualidade de André Martins.
Durante o seu processo de formação sempre foi um jogador que me encantou. Pequeno (e por isso riscado por alguns como opção), rotativo, agressivo com e sem bola, inteligente, boa leitura, antecipa os lances com facilidade.
Ainda andou pelos séniores do Sporting antes de “desaparecer”. Já não o via a jogar á uns tempos, mas agora que estou a ter essa oportunidade reafirmo ainda com mais convicção: que excelente jogador que temos ali.

Com André Martins o jogo português passa a ter um guia.
A jogar na posição 6, a repartir o miolo com dois outros jogadores, um deles que nem tem características de médio, André Martins é um pivô a sério (embora goste mais de o ver a interior).
Um jogador que mais que destruir, constrói. Oferece constantemente linha de passe, assume o jogo, quer a bola para depois desenhar a construção do jogo ofensivo de Portugal.
A forma como o faz é sublime. Sempre numa rotação “tática” altíssima, de cabeça levantada, com os apoios apontados para o sentido do ataque. “Mostra-se”, recebe, toca, vai buscar á frente, toca novamente e o seu jogo é isto.
Ora na posição central, ora a a apoiar de dentro para fora na faixa, Portugal ganha sentido no seu futebol e por outro lado Portugal ganha um jogador capaz de fazer a bola rodar por trás dos adversários em busca de espaço para entrar no tempo certo em zonas de finalização.
A sua importância não se esgota aqui. Forte nas coberturas, inesgotável no trabalho, agressivo no pressing. É de tal forma intenso o seu jogar que os interiores parece que conseguem descansar mais com ele em campo.

É uma espécie de Moutinho. Embora seja perigoso fazer comparações, pq não há dois jogadores iguais, é um jogador que cabe perfeitamente numa equipa que quer ter bola, que gosta de a fazer circular e que gosta de pegar na batuta do jogo.
Este André Martins no FC Porto atingiria um nível que poucos imaginam!
Um jogador com ADN Barcelona.

Estejam de olho senhores candidatos a Presidentes do Sporting CP!

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